O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou tão acabada, não queria ter que trabalhar hoje. Queria ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até!
Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles.
Se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas.
Aquário? Olhando os peixinhos nadarem.
Espaço? Fazendo alongamento.
Leite condensado? Brigadeiro.
Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar.
Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas, que teve a infeliz idéia de reivindicar direitos da mulher, e porquê ela fez isso conosco, principalmente nós, que nascemos depois dela.
Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós... Elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, freqüentando saraus. A vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária... E sem stress.
Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes (ou mal-madas) com idéias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço".
QUE ESPAÇO, MINHA FILHA!!??
já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés.
Detinha o domínio completo sobre os homens: eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos! Mas que raio de direitos tinhas de "requerer"?
Agora eles estão aí todos confusos, inseguros ou bravos; não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, e estão fugindo de nós como o diabo da cruz! Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim!
E, PIOR, nos largando no calabouço da solteirice aguda ou em solitárias separações, a batalhar sozinhas com a carga dos filhos.
Antigamente, os casamentos duravam para sempre. Por quê, me digam por quê, a mulher que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava fingir-se de frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso... Tava na cara que isso não ia dar certo.
Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que perfume combina com meu humor; nem de ter que sair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, sequestrada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador (e ganhar tendinite), com o telefone no ouvido, resolvendo problemas - dos outros.
Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas à estar sempre em forma, lindas, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados e especialidades.Viramos "super-mulheres" , mas continuamos a ganhar menos do que eles... Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?
CHEGA!!! Eu quero alguém que abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela... Ah, e que me convide pra jantar E pague a conta.
Ai, meu Deus, são 6h30, tenho que levantar!
E tem mais... que esse alguém chegue do trabalho, me dê um beijo, sente no sofá, coloque os pés pra cima e diga "meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?" Ou pensam que eu tô ironizando? Tô falando sério!
Estou abdicando do meu posto de mulher moderna. Alguém mais se habilita?
Antes eu sonhava, agora nem durmo mais.
(Autora desconhecida)
Achei esse texto um barato! De certa forma, às vezes me sinto assim tbm. Principalmente qdo é meu dia de plantão aqui no trabalho, mas tuuuudo bem! Avante!!
Um ótimo e divertido dia a todos!
Priscila