quinta-feira, julho 24, 2008

Sobre a salvação...


"... A salvação compreende a adoção de um estado de consciência que disponibilize a mente para a captação do mundo como ele se apresenta, isto é, sem os filtros impeditivos das defesas do ego. Salvar-se é predispor-se a viver a Vida sentindo suas conseqüências com maturidade e equilíbrio, quaisquer que sejam elas. A salvação diz respeito a uma mudança de atitude psíquica. Trata-se de estabelecer um estado de espírito que possibilite a apreensão das leis de Deus sem os medos e os receios impregnados nos mecanismos de defesa que normalmente o ser humano adota frente à Vida e perante aquilo que desconhece. O ‘inimigo’, por assim dizer, é oculto, interno, inconsciente, e age sutilmente nos escaninhos da mente humana. A salvação compreende a necessidade de aprender a lidar com esse inimigo interno, correspondente à sombra pessoal.
Por outro lado, a afirmação de que fora da caridade não há salvação supõe que não existe outro estado possível. É determinante que se aja daquela forma sem a qual não se alcança o que se pretende. Nesse sentido, a caridade não é tão somente uma atitude externa ou um ato isolado. É também um estado de espírito, uma atitude psíquica. Uma predispõe a outra atitude mais elevada.
A caridade é um meio, como uma ponte que nos leva de um lugar a outro, sem os perigos de se cair no abismo. Não se trata de uma atividade externa, como um compromisso social ou uma regra decorrente de um preceito religioso. Pode-se até iniciar-se a compreensão de seu significado pela prática externa, mas isso não garante alcançar seu sentido real...

Doar algo a alguém é desprender-se de si mesmo vendo o outro como ele é. É não projetar sua sombra no outro. Ela, a caridade, leva o indivíduo a sair de si e a perceber o outro no momento evolutivo em que se encontra..."
Do livro: Psicologia do Evangelho (Adénauer Novaes), cap. 2

quarta-feira, julho 16, 2008

Historinha!

O barbeiro
“O ateu procura convencer os outros para persuadir-se a si mesmo. Deus nunca faz milagres para convencer os ateístas; suas obras já bastam.”
Um senhor estava no barbeiro cortando os cabelos e fazendo a barba.
Enquanto isso conversava com o barbeiro e falava da vida e de Deus. Daí a pouco, o barbeiro incrédulo não agüentou e falou:
- Deixe disso, meu caro, Deus não existe!!!
- Por quê?
- Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis passando fome!!! Olhe em volta e veja quanta tristeza. É só andar pelas ruas e enxergar!
- Bem, esta é sua maneira de pensar, não é?
- Sim, claro!
O freguês pagou o corte e foi saindo, quando avistou um maltrapilho imundo, com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço. Não agüentou, deu meia volta e interpelou o barbeiro:
- Sabe de uma coisa? Não acredito em barbeiro!
- Como?
- Sim, se existissem barbeiros, não haveriam pessoas de cabelos e barbas compridas.
- Ora, eles estão assim porque querem. Se desejassem mudar, viriam até mim!
- Entendeu agora?